segunda-feira, 5 de abril de 2010

NEM PENSE EM NÃO SER FELIZ!




Sem dúvida alguma, a Praia do Rosa, em Santa Catarina, é um daqueles lugares a que podemos atribuir a existência de uma energia diferenciada. Revitaliza, pacifica, e potencializa a nossa própria energia. Cheguei de lá ontem à noite, com uma sensação de leveza na alma, renovação no espírito, poucas vezes sentida por mim. Mas o corpo, ah, esse está um bagaço. Culpa de quem? Das oito horas de viagem na volta pra casa.

Desculpem, mas estou indignado! Oito horas é demais. Não para uma viagem, mas para o percurso percorrido. Em condições normais, não demoraria mais do que quatro horas. E querem saber a causa da lentidão no trânsito? Obras inacabadas na estrada, principalmente em focos que considero primordiais para resolver o problema, o que poderia ser solucionado com um pouco mais de organização. Por que não juntar esforços para resolver esses problemas específicos antes de se dar continuidade a um projeto de tal importância? Ou eu sou muito burro, ou quem fiscaliza o andamento dessas obras, cuja previsão de encerramento era 2008 (?), é cego ou deve estar tendo sérios problemas nesse processo, e aí eu calo a minha boca.

Bem, mas o que interessa – e é sobre isso que quero falar – é que com todas as dificuldades, a viagem de volta tinha tudo para ser estressante, irritante, massante, todos esses adjetivos que rimam e combinam com aquela sensação de perda de tempo. Curiosamente não foi! Durante o caminho, eu e um amigo (uma espécie de irmão que a vida me deu) fomos cadenciando de forma divertida o tempo considerado perdido, alternado por momentos preciosos de silêncio. E num desses momentos, vendo o tempo simplesmente passar, é que comecei a divagar sobre um assunto.

Comecei a pensar naqueles períodos difíceis desse percurso chamado vida, de tristeza, de angústia, de desespero, péssimos momentos que fogem ao nosso controle, e que por vezes parecem não ter fim. A perda de um amor, a morte de um ente querido, a impotência pra resolver uma situação extrema, como uma doença grave na família, a visão de uma cena violenta e chocante seguida da sensação de repulsa e indignação, uma agressão verbal e gratuita. É, a vida é repleta desses acontecimentos ruins, e não há nada o que se possa fazer.

Acontece que existe algo sobre o qual temos controle absoluto e quase sempre nos esquecemos disso. Estou falando dos outros momentos, e que são a maioria! Daqueles que, de modo consciente, nos permitem sermos senhores de nossos atos, nos fazem agir por simples impulso, ou apenas nos proporcionam observar a vida sem interferência. Em todos eles deveríamos perceber o que isso significa, e chegar à conclusão inevitável: viver é perfeito demais! Na hora em que as pessoas se derem conta disso, cada abraço, beijo, olhar, sorriso ou diálogo terá uma sensação diferente, distinta da simples ideia de que representam apenas os cinco sentidos.

Reflito sobre isso e não consigo descobrir a razão para não valorizarmos tudo a todo o momento, e nos sentirmos sempre felizes. Em paz, no mínimo! A isso eu chamo de viver, incondicionalmente. Aproveitar o que temos à nossa volta deveria ser uma obrigação constante, e não uma opção, sem esquecer de que ainda podemos melhorar a cada dia. Os japoneses têm até uma expressão para isso: kaizen, que significa melhoria contínua, gradual.

Tenho visto pessoas que reclamam demais, exigem ainda mais, de si e dos outros, quando na verdade deveriam estar vivendo com a consciência plena de que o amanhã pode não estar mais lá, do jeito que sempre gostaram e só não percebiam. Com isso, não estou dizendo que devemos nos conformar, ficando na inércia, deixando tudo como está. Em realidade, a mudança é mais do que imprescindível para esse aprimoramento pessoal. Apenas não se pode ficar impassível diante dos detalhes que nos cercam, da beleza que as minúcias representam, da valorização individual das nossas escolhas e, somado a isso, da busca incessante pela concretização dos nossos sonhos.

Eu já decidi! Não vou mais perder meu tempo. Nem pensar em não ser feliz. E com a certeza de que quero voltar assim que for possível para aquele lugar espetacular que me deu tanto prazer, e me fez tão bem. Mas com a esperança de que os percalços para chegar até aquele paraíso estejam resolvidos. Estou ansioso para que chegue 2008!


3 comentários:

  1. Como tua amiga, posso dizer seguramente que o TEU OTIMISMO E TUA ALEGRIA DE VIVER são as qualidades que mais me encantam!!!
    Boa semana querido!!!

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  2. adorei!! concordo 100%! ;)
    abração

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